Nossa História

Talvez essa não seja sua matéria predileta, mas a verdade é que entender a nossa história é saber quem somos hoje. E a nossa história como Congregacionais além de linda é também super interessante. É ela que nos faz ter orgulho de erguer essa bandeira. Então vamos entender, de uma forma simples e resumida...

Como começou o Congregacionalismo?

            Em meados do séc. XVIII a Inglaterra passou por uma Reforma Religiosa*, fazendo com que assim os protestantes tivessem liberdade naquele país. Ainda assim, um grupo de irmãos se mostrou insatisfeito com a situação em que a igreja protestante tinha se colocado. Isso porque essa reforma foi promovida pelo rei da época, Henrique VIII, por razões pessoais e não por convicções de natureza religiosa*. Esse mesmo grupo de irmãos então separou-se da Igreja Anglicana (a igreja protestante em vigor) e se organizou como comunidades autônomas, conhecidas pelo nome de Independente, nome esse que antecedeu ao nome Congregacional.
            Mas isso não pareceu agradar a todos... os irmãos separatistas (ou independentes) foram perseguidos na Inglaterra e então estabeleceram-se na Holanda. Dali partiram para os Estados Unidos, onde organizaram sua primeira comunidade Congregacional no novo continente, como extensão da igreja holandesa. Enquanto isso, mesmo sofrendo perseguições, muitos irmãos independentes permaneceram na Inglaterra e continuaram crescendo. E assim o Congregacionalismo espalhou-se pelo mundo, principalmente através das igrejas americanas.

* Dica de Filme: Se quiser entender um pouco mais sobre como aconteceu a Reforma Religiosa na Inglaterra, assista o filme “A Outra” (Columbia Pictures/Imagem Filmes). Ele retrata justamente o motivo da decisão do rei por uma nova religião.


E como chegou aqui no Brasil?

            Através de um casal missionário abençoado, o Rev. Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley!
            Ele era um médico e missionário escocês, de origem presbiteriana, que já havia pregado o evangelho em lugares como a Ilha da Madeira (possessão portuguesa na época, localizada no norte da África). Ela era uma missionária e musicista inglesa, de origem congregacional, professora de Escola Dominical e desde cedo muito envolvida com a igreja. Sarah foi a segunda esposa de Kalley (a primeira faleceu de tuberculose).
            Depois de ler o livro Reminiscência de Viagem e Residência no Brasil, de Daniel P. Kidder, e um apelo que o autor fazia à Sociedade Bíblica Americana para o envio de missionário para as terras brasileiras, o Dr. Kalley sentiu arder em seu coração o desejo de vir trabalhar em nosso País. O casal desembarcou no Rio de Janeiro em 1855 e estabeleceu-se em Petrópolis, onde foi realizada, no dia 19 de agosto, a primeira Escola Dominical no Brasil em língua portuguesa. Esta data é considerada como da fundação do trabalho Congregacional em nosso País.
            Naquela época o protestantismo ainda não era bem aceito no Brasil. Apesar das dificuldades enfrentadas, o Rev. Kalley conseguiu influência necessária para prosseguir com o trabalho (há até quem diga que ele era médico da família real!). Em 1858 foi então organizada a 1ª Igreja Congregacional no nosso país, a Igreja Evangélica Fluminense, que existe até hoje no Rio de Janeiro. E como bons missionários que eram, o casal Kalley abriu um trabalho em Recife, em 1873, a então chamada Igreja Evangélica Pernambucana, que também está lá até hoje.
Houveram muitas conquistas para os evangélicos brasileiros, graças ao trabalho deles. Também deram apoio a outros missionários que chegavam ao país com o desafio de pregar o evangelho. Até que em 10 de julho de 1876, o casal Kalley mudou-se de volta para a Escócia, deixando aqui uma igreja brasileira auto-suficiente que cresceu e que mais tarde fundou a União de Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

E como foi formada a nossa região?

            Tudo começou no norte da Bahia, no dia 24 de maio de 1932, quando foi aberta em Juazeiro a 1ª IEC do estado, pelos missionários ingleses Tomas Bentley e D. Sarah Duncan. Com apenas 14 anos de existência, já contava com mais de 238 membros! E essa igreja teve influência, direta ou indireta, com a abertura das demais comunidades congregacionais no estado... formando assim a 17ª Região Administrativa.
            Ai vem aquela duvida.. mas nós não fazemos parte da 34ª Região?
            É que na 47ª Assembleia Geral da UIECB, em fevereiro de 2003, foi aprovada a divisão da 17ª para facilitar a integração dos trabalhos. Assim permaneceu a 17ª Região com a parte norte-oeste da Bahia e a 34ª Região com a parte sul-leste e o estado de Sergipe, formada pelas 1ª, 2ª e 3ª IECs de Feira de Santana, IEC da Federação, IEC da Liberdade, IEC de Aracaju, IEC de Itaberaba, IEC de Iramaia, IEC de Vitória da Conquista, além dos campos de Marcionílio de Souza, Jequié, Ilhéus, Cabrália, Itajuípe, Alagoinhas, Cascavel, Cajaíba, Brejões, Carira/SE, Salgado/SE, Matata/SE. Ainda citamos nossas congregações: Feira X, Gabriela, Alto do Papagaio, Curuzú, Nordeste de Amaralina, Caminho de Areia, Jardim Imperial, Bairro Modelo, Marcos Freire/SE.

CURIOSIDADES

- Na primeira EBD do Brasil, Sarah Kalley ministrou a aula bíblica a cinco crianças (uma dessas carregava o sobrenome Carpenter), contando a história do profeta Jonas.

- A Srª. Kalley também era uma pianista de primeira! Ela e o Rev. Kalley escreveram metade dos hinos que compunham o “Salmos e Hinos” (na época denominado “Musica Sacra”), publicados em 1861.

- Em 1867, Sarah fundou uma Classe Especial na Igreja Evangélica Fluminense para jovens de ambos os sexos; estudavam biografias de vultos bíblicos, cantavam hinos e oravam.

- A história de como o casal Kalley se conheceu é bem interessante! Olhe cada link colocado no nome deles e descubra um pouco mais.

Fontes:
- Site da 34ª Associação da UIECB 

- Convertendo Através da Música – “A história de Salmos & Hinos” de Douglas Nassif Cardoso